A Maré dos Monstros Ep.20

A cidade de Loki foi tomada por um gigantesco tsunami de monstros. Agora, Micka, Loki e Bakate precisam lutar para sobreviver enquanto tentam resgatar seu hamster de estimação, o Fofucho, proteger o Etzinho.

4/10/20252 min read

Era pra ser só mais um dia tranquilo na cidade de Loki — um lugar pacato, com ruas coloridas, cafés barulhentos e o céu sempre azul. Mas tudo mudou de uma hora para outra.

Do horizonte, surgiu um rugido estranho, quase como se o próprio oceano estivesse gritando. O chão tremeu. O mar se levantou como uma muralha viva. Um tsunami colossal, coberto por formas grotescas, olhos flamejantes e tentáculos que se contorciam, avançava com fúria sobre a cidade.

Era um tsunami de monstros.

No meio do caos, três heróis improváveis se destacavam: Loki, estrategista calmo e cheio de truques; Micka, um medroso de coração grande, que tremia diante do perigo, mas nunca abandonava um amigo; e Bakate, o mais destemido do grupo — força bruta, coragem pura e criatividade caótica.

Juntos, eles tinham uma missão desesperadora: sobreviver ao ataque… e salvar o que mais importava.

Presos em casa estavam dois membros muito especiais da equipe: Fofucho, um hamster de estimação gordinho e mimado, e Etzinho, um bebê alienígena com poderes desconhecidos, que ainda nem sabia andar.

Com as águas subindo e monstros espreitando por todos os cantos, o trio agiu rápido. Usando portas, tambores e até o sofá inflável de flamingo rosa do porão, improvisaram botes flutuantes. Protegido em uma pequena gaiola à prova d’água, Fofucho foi embarcado. Etzinho, enrolado em sua manta espacial, dormia tranquilo — alheio ao fim do mundo acontecendo ao redor.

Enquanto remavam pelas ruas alagadas, algo ainda mais assustador surgiu das profundezas: uma serpente marinha colossal. Seu corpo cortava a água como uma lâmina, e suas escamas coloridas brilhavam como pedras preciosas, mudando de cor a cada movimento — azul néon, dourado líquido, verde esmeralda. Seus olhos pareciam duas luas vermelhas observando o caos com fome e sabedoria antiga.

“Ela é linda…” sussurrou Micka, tremendo.

“E letal,” retrucou Loki. “Não deixa o brilho te enganar.”

Mas não era só isso. Abaixo da superfície escura, tubarões começaram a aparecer. Não eram comuns. Tinham o dobro do tamanho normal, olhos vermelhos e dentes como navalhas vivas. Nadavam em círculos, atraídos por algo. Talvez o barulho. Talvez o cheiro do caos. Ou talvez… por eles.

Agora, a equipe estava cercada. Serpentes multicoloridas acima. Tubarões famintos abaixo. E só um punhado de madeira flutuante os separava da morte.

Com cuidado e silêncio, a tripulação improvisada começou a remar pelas águas da cidade submersa, desviando dos monstros, dos destroços e das ondas instáveis. O cenário era surreal: prédios semi-submersos, postes inclinados, carros boiando como folhas, e as luzes piscando debaixo d’água como fantasmas elétricos.

Micka suava frio, segurando Fofucho no colo com as duas mãos. “Se a gente sair dessa, eu juro que nunca mais reclamo de acordar cedo...”

“Isso serve pra quando eu te arrastar pra outra missão maluca?” perguntou Loki.

“Serve se for com vocês,” respondeu Micka, com um sorriso nervoso, mas sincero.

Fofucho, no topo do bote, mastigava um biscoito com total calma. Etzinho dormia profundamente, como se aquilo fosse só mais um passeio.

E assim, no meio do apocalipse, eles continuaram — três heróis flutuando entre monstros, apostando tudo em uma última chance.